No dia 14 de fevereiro, a Igreja celebra o dia de dois santos mártires: o padre São Valentim, e o bispo São Valentim de Terni. Neste dia, é comemorado o Dia dos Namorados nos EUA e em muitos outros países. No Brasil, a data é celebrada, desde 1948, no dia 12 de junho, puramente por razões comerciais, para melhorar as vendas em junho, que eram muito fracas.
Ambos os santos Valentim viveram, mais ou menos, na mesma época, no século III. Os dois foram mártires e lutaram pelo matrimônio cristão. Por isso, o Dia dos Namorados em várias partes do mundo passou a ser chamado em inglês de Valentine’s Day (referência aos santos Valentins).
O padre Valentim casava, secretamente os soldados, e foi levado à prisão domiciliar, tendo convertido toda a família em cuja residência ele estava preso. Foi decapitado em 14 de fevereiro de 269 (século III) .
Por que patrono dos namorados?
Criou-se o costume entre os jovens fazer pedido de namoro no dia 14 de fevereiro, dia em que o mártir que defendia o matrimônio foi morto.
Com certeza, padre Valentim lutou e morreu por acreditar no amor, na felicidade, na relação verdadeira entre duas pessoas, com respeito e admiração mútuos.
Seria a admiração ponto de partida para o namoro?
Todos os filósofos afirmam que a grandeza do pensamento tem início na capacidade que a pessoa possui de se deixar admirar e contemplar.
A admiração não é uma atitude superficial; muito pelo contrário, admirar é sinônimo de deter-se e observar lentamente aquilo que nos chama à atenção. Na exortação Amoris Laetitia, o Papa Francisco escreve: “O primeiro nível do eros é a capacidade de se admirar” (A.L 150). O verdadeiro namoro tem o seu ponto de partida na admiração inicial, sadia e pura de um olhar, de um sorriso e uma conversa.
Ao se admirarem, os namorados aprendem e crescem na virtude da pureza. Muitos casais de namorados, após se conhecerem, já tem necessidade de estar juntos todos os dias, de partilhar e viver juntos. O namoro não pode ser superado como se fosse um tempo de possessão ou domínio. O tempo de namoro, que parte da primeira admiração, vai crescendo e gerando nos namorados a alegria de se conhecerem aos poucos.
Percebe-se, na nossa sociedade, que os namorados já estão vinculados “oficialmente” por uma espécie de pacto ou, por assim chamar, de oficial relacionamento, o qual já é aceito no meio da família e dos amigos.
Namorados passam férias, fins de semana, muito tempo juntos. Quando eles estabelecem uma relação nesse nível, perdem a capacidade de se admirar, dando maior oportunidade para as brigas insignificantes que deterioram o relacionamento. Um namoro sadio e responsável nasce num tempo oportuno, prudente e discreto.
Sou ciente de que hoje podemos entrar em contato com as pessoas superando as distâncias, o tempo e até o espaço; mas, no namoro, é vital a serenidade e a consciência de saber que esse período de relacionamento não possui em si mesmo nenhum compromisso definitivo; muito pelo contrário, é um tempo que passa na jovialidade da juventude.
Os namorados, muito mais do que admirar as qualidades ou a beleza física de cada um, devem admirar o conteúdo de suas conversas, dos assuntos que juntos partilham, das conquistas acadêmicas e familiares que realizam, especialmente preparando um projeto de vida que vislumbre o futuro. Quando o namoro é vivido na serenidade e na consciência sadia de que um não depende do outro, a admiração torna-se um caminho viável para, talvez, chegar a um tempo de noivado e, sem dúvida, a um futuro matrimônio.
Fonte: Canção Nova