“Num tempo de questionamentos, bendizemos a Deus pela realidade da Igreja, que suscita novos carismas pela ação do Espírito Santo. Como é bom encontrá-las novamente animadas, que não se deixam abater pelas dificuldades, mas lançam mão da oração para mudar a realidade de seus filhos”, disse o arcebispo do Rio cardeal Orani João Tempesta na missa de encerramento da quinta edição do encontro das “Mães que oram pelos filhos”, em âmbito do estado do Rio de Janeiro.
O encontro, que teve como tema: “Senhor dá-me dessa água”, foi realizado no dia 27 de julho na Paróquia Nossa Senhora da Salette, no Catumbi com apoio do pároco, padre Renildo de Jesus Brito, religioso da congregação dos missionários de Nossa Senhora da Salette. Sob a orientação da coordenadora estadual, Carla Rocha, o encontro contou com momentos de oração, espiritualidade, adoração ao Santíssimo Sacramento e reunião de planejamento. Entre os pregadores estavam o vigário episcopal para a vida consagrada, Dom Roberto Lopes, e o reitor da Igreja de Nossa Senhora do Parto, padre Gleuson Gomes.
O poder da intercessão
Na homilia, ao refletir e liturgia do dia sobre a parábola do joio e do trigo, Dom Orani recordou que o homem, diferente da semente que não muda a sua natureza, pode ter uma vida nova, um coração transformado.
“Uma mãe pode perguntar: ‘porque você me ama uma boa semente com carinho bons exemplos e orientação para vida e no entanto nossos filhos se tornam joio?’ Apesar dos esforços, existe a liberdade humana de dizer não à graça de Deus. Mas o calor humano e a insistência da oração podem transformar e contagiar os corações para que os filhos possam viver como um bom trigo. Tudo é possível desde que a pessoa aceite a graça de Deus e abre o coração para que maravilhas aconteçam”, disse Dom Orani.
Ele lembrou ainda que na história da Igreja há diversos exemplos de pessoas que foram joio, perseguiram a Igreja, fizeram o mal, andaram por maus caminhos, mas que mudaram de vida quando foram tocadas pela graça de Deus.
“É assim que funciona a oração das mães que dirigem a Deus pelos seus filhos para que eles sejam um bom trigo que foi semeado e cultivado. Ao seu tempo, eles podem responder com generosidade e serem bom trigo do celeiro do Senhor”, disse o arcebispo.
Lançamento de livro
No final da celebração, a fundadora e coordenadora nacional do movimento, Angela Abdo Campos Ferreira, lançou o livro de sua autoria “Reconciliação, um caminho de amor e perdão”, que escreveu em conjunto com o padre Daniel Aguirre. Ela agradeceu a Dom Orani pelo seu apoio e pelo prefácio do livro.
“Hoje as pessoas nos reconhecem, porque crescemos. Mas o senhor nos conheceu desde o início, quando o movimento era pequeno. Reconheceu o movimento como carisma de Deus e já faz 4 anos que caminha conosco. Agradecemos de coração e nunca vamos esquecer isso. O livro, com o seu prefácio, deixa registrado o seu carinho por nós. No Kairós da Reconciliação, o senhor nos ensinou como o joio pode ser transformado em trigo”, disse Angela.
Rio de Janeiro
Segundo o diretor espiritual das “Mães que oram pelos filhos”, no Rio de Janeiro, padre Jorge Luiz Vieira da Silva, o movimento na Arquidiocese do Rio nasceu em 2014, na Paróquia São Judas Tadeu, em Bangu, quando algumas de suas paroquianas participaram de um encontro realizado na Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).
“As mães ficaram animadas com o movimento, e pensamos numa proposta de implantar em nossa paróquia. Começamos uma aproximação com a fundadora Angela Abdo, que reside em Vitória (ES), onde surgiu o movimento, que nos deu todo o apoio e participa a cada ano dos nossos encontros estaduais. No ano passado, reunimos 600 mães em nossa paróquia, e como o espaço se tornou pequeno, decidimos realizar em outro local”, disse.
Padre Jorge Luiz explicou que a paróquia Nossa Senhora da Salette, no Catumbi, foi escolhida para sediar a quinta edição do encontro estadual fluminense – na qual foram acolhidos e apoiados – justamente porque o movimento tem afinidade com a mensagem da Virgem Maria por ocasião de suas aparições na montanha de La Salette, na região dos Alpes franceses.
Padre Jorge explicou que o movimento tem relação com a devoção a Nossa Senhora de La Salette, a partir da imagem que chora. Ele se desenvolve com ministérios e serviços específicos nas diversas linhas de oração. São mães que rezam pelos filhos nas mais variadas situações, como os dependentes e os afastados de Deus e, também, de forma especial, pelos sacerdotes.
‘”O movimento ‘Mães que Oram pelos Filhos’ tem sua espiritualidade na experiência das mensagens de Nossa Senhora da Salette, que anuncia a necessidade da Reconciliação e busca devolver e conscientizar sobre o poder da bênção. As mães aprendem pela oração, no silêncio de Maria, a apresentar ao senhor as dores e necessidades de seus filhos. A intercessão se desenvolve pela dinâmica de jaculatórias baseadas em textos da Sagrada Escritura e, nesse sentido, a espiritualidade vai se desenvolvendo na reconciliação interior com o próximo e com Deus”, disse Padre Jorge Luiz.
Carlos Moioli
Fonte: Testemunho de Fé (nº 1122)





