Festa de Nossa Senhora de La Salette

No dia 19 de setembro, vivemos um momento de profunda graça. Celebramos, em comunhão com toda a Igreja, o dia de Nossa Senhora de La Salette, cuja aparição ocorreu em 19 de setembro de 1846, no vilarejo francês de La Salette, a dois humildes pastorinhos: Melânia Calvat e Maximin Giraud.

No século XIX, um tempo marcado pelo esquecimento de Deus e por uma busca de autonomia humana que queria viver como se o Criador não existisse, a Virgem Maria veio ao encontro de seus filhos para recordar o essencial: sem Deus, a humanidade perde o rumo; com Ele, encontra a vida e a reconciliação.

A celebração em Minas Gerais

A festa foi celebrada com grande fervor no Santuário de Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento, na Igreja da Boa Viagem, em Belo Horizonte — templo escolhido para marcar esta data tão especial para o Movimento Mães que Oram pelos Filhos em Minas Gerais.

A Igreja estava repleta de mães, coordenadoras e membros do Movimento, que trouxeram sua fé, suas lágrimas e sua esperança. Estiveram presentes a coordenadora estadual em transição, Jussara e a coordenadora arquidiocesana de Belo Horizonte, Juliana.

Além disso, fizemos memória da peregrinação do Movimento ao Santuário de La Salette, na França, coordenada por Angela Abdo, que esteve lá junto com um grupo de mães, levando as intenções de todas as famílias à Mãe da Reconciliação.

Concelebraram comigo o Padre Felipe Carvalho, diretor Arquidiocesano do Movimento em Belo Horizonte, e o Padre Gilberto, da Comunidade Canção Nova, residente em São Paulo, que com alegria se uniram a nós no altar. Foi uma noite de reencontros, fotografias, partilhas e profunda alegria, que nos impulsiona a seguir adiante.

A homilia: uma única aparição em três atos

Recordei na homilia que a aparição de La Salette foi uma única manifestação em três movimentos da Virgem Santíssima.

1. O ato do choro
Nossa Senhora aparece sentada sobre uma pedra, chorando. Suas lágrimas são expressão do coração materno que sofre pelos pecados da humanidade e pelo afastamento dos filhos de seu Filho Jesus. Como tantas mães que, diante das dores da vida, regam suas orações com lágrimas, também Maria chora para nos reconduzir a Cristo.
2. O ato da exortação
Em seguida, Maria se levanta. É a imagem da conversão. De pé, dirige-se aos pastorinhos e fala da importância da oração, da mudança de vida e da centralidade da Eucaristia, onde encontramos o seu Divino Filho.
No peito, Maria traz um crucifixo adornado por dois instrumentos: de um lado, um martelo, que simboliza nossos pecados que cravam os pregos da cruz; do outro, uma turquês, que simboliza a nossa conversão, retirando os pecados e libertando o Coração de Cristo. A Virgem nos ensina que cada escolha nossa pode ser martelo ou turquês: ferir ou libertar.
3. O ato da esperança
Por fim, Nossa Senhora se mostra como quem já dá um passo rumo ao céu. É a imagem da glória prometida: o destino final para o qual somos chamados. Maria, reconciliada e reconciliadora, nos aponta que não há reconciliação verdadeira sem mudança de vida e sem entrega total a Deus.

A mensagem para hoje

A grande mensagem de La Salette é a reconciliação. Reconciliação com Deus, com a família, com a Igreja e consigo mesmo.
Maria, Mãe da Reconciliação, nos lembra que a família é algo precioso aos olhos do Senhor e que precisamos continuamente nos converter para sermos instrumentos de paz.

Assim como as lágrimas de Maria não são de desespero, mas de amor que chama à conversão, também as lágrimas das mães que rezam por seus filhos se transformam em oração fecunda, que alcança o coração de Deus.

A celebração da festa de Nossa Senhora de La Salette, realizada no Santuário de Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento, na Igreja da Boa Viagem, foi um sinal de esperança para todas as mães presentes. Reunidas em oração, puderam experimentar a ternura da Mãe que chora, exorta e conduz ao céu.

Com alegria, testemunhamos que o Movimento Mães que Oram pelos Filhos continua crescendo, iluminado pelo exemplo da Virgem de La Salette. Que suas lágrimas maternas nos recordem sempre: é tempo de conversão, de oração e de reconciliação. E, um dia, será tempo de glória eterna no céu.

Pe. Alexandre Fernandes
Diretor Espiritual do Movimento Mães que Oram pelos Filhos – Minas Gerais

Confira as fotos, abaixo: