O contexto atual passa por um processo de readaptação e redescobrimento de valores, pois a mesma pandemia que causou o isolamento social também despertou a necessidade de desvendar formas para que as pessoas permanecessem unidas mesmo que fisicamente distantes. O Movimento Mães que Oram pelos Filhos ressignificou por meio das plataformas digitais a continuidade de suas atividades de evangelização junto às mães.

Tendo em vista as diferentes realidades encontradas em cada pedacinho do estado de Minas Gerais, monta-se aqui um pequeno retrato de como tem sido os encontros semanais de grupos neste tempo de pandemia. Os grupos paroquiais seguem a orientação de realizar os seus encontros semanais por meio de aplicativos de mensagem e ou vídeo quando não puderem acontecer de forma presencial, sendo assim, eis a composição de realidades distintas dentro da Província 1 e que se estende também pelas demais Províncias do estado.

Com encontros semanais realizados por meio do aplicativo WhatsApp, Cleonice, coordenadora do Grupo da Paróquia Cristo Redentor/ Ipatinga, assim conta:

“A princípio, achei um pouco estranho de como seria porque tudo o que é novo deixa um pouco apreensivo e a primeira tendência é rejeitar, mas optamos por tentar. Com isso comecei a perceber que algumas mães que não frequentavam o presencial tiveram a vontade de participar.
Tenho agradecido muito a Deus e mesmo diante desta situação que nós estamos enfrentando o grupo é alimentado e temos sentido forte a presença do Espírito Santo. Vale a pena! O importante é fazer o encontro acontecer! Temos nos sentido fortalecidas e abraçadas umas com as outras pelo WhatsApp.”

Outro aplicativo que tem sido bastante utilizado é o Google Meet, onde as mães se encontram por meio de uma sala de reunião virtual. Sobre esta experiência, relata a Coordenadora de Grupo Rubiana, da Comunidade Santa Efigênia em Conselheiro Lafaiete:
“Nosso último encontro presencial foi no dia 16 de março de 2019 e a partir daí veio o “caos”. Desde então, tentamos buscar uma forma de acolher as mães pois estávamos todas assustadas e sem perspectivas de como ficaríamos diante do isolamento social. Nossa maior dificuldade ainda está sendo em convencer as mães a participar das reuniões online, já que muitas desconhecem este tipo de plataforma entre outras questões de celular com baixa memória e internet fraca… em contrapartida, conquistamos outras mães novas que vieram participar por convite de mães que já estavam participando e acredito ser este o retorno maior.
Não sei o que Deus quer para nós… Até aqui Ele nos guiou.”

Em minoria, há alguns grupos que puderam retomar ao presencial, como acontece na cidade de Conselheiro Pena, na Paróquia São José, com o grupo coordenado por Rosiane:
“É com grande alegria que agradecemos primeiro a Deus e depois a Nossa Senhora de La Salette por estarmos nos reunindo presencialmente apesar da pandemia. Com um número reduzido de mães, nós, Mães Guerreiras continuamos a interceder, buscando força, ânimo e sabedoria em Deus para não desistirmos, não desanimarmos e não voltarmos atrás.”

E pensando ainda em um alcance além dos grupos paroquiais, tem se adotado em alguns casos, a transmissão via Fanpage/Facebook da Paróquia, onde algumas mães se comprometem a rezar o Terço do Clamor de Mãe indo de encontro com toda a comunidade e também seguidores da página.

O Movimento Mães que Oram pelos Filhos caminha em unidade com a Igreja, que por sua vez também tem feito uso dos meios digitais para chegar até os fiéis. E sobre essa nova identidade da igreja doméstica, gentilmente, Padre Edir Martins Moreira, diretor do Departamento Arquidiocesano de Comunicação – DACOM, da Arquidiocese de Mariana, completa este retrato:
” A Igreja sempre foi pioneira na arte de comunicar e no esforço de chegar às pessoas, aos lares. No contexto difícil da pandemia percebemos uma ressignificação das redes sociais como meio de evangelização. Alguns desafios por um lado se dão nas adaptações necessárias , o despertar de pessoas dispostas a colaborar, por outro lado, a acolhida e compreensão dos que precisam acompanhar de casa.
Que Deus nos dê sabedoria e paciência. Logo voltaremos com mais força e fé!”